Como profissionalizar cada vez mais a presença digital das empresas? Que métricas devem ser observadas no momento de mensurar o impacto dessa presença online? Estes foram alguns dos enfoques da apresentação do gerente de negócios do Facebook, Robson Harada, que aconteceu na Fnac Pinheiros nesta terça-feira (26), em São Paulo.
O Brandthinkers é um evento conhecido por reunir profissionais de branding, marketing e cultura digitais. Ao falar para um público formado em sua maioria por especialistas da área, Harada levantou dados sobre o comportamento das empresas e consumidores na internet, destacando uma informação valiosíssima para os responsáveis pela gestão das marcas online: o fato de que 90% das pessoas que viram um anúncio no Facebook e compraram um produto offline nunca clicaram em um anúncio, observando que uma das vantagens das mídias digitais é a facilidade de mensurar conversões, a possibilidade de segmentar para públicos específicos e seu grande poder de alcance e penetração.
Separando métricas entre métricas de resposta direta (cliques, conversão, CPA, CPC ou CTR) e indireta(como, por exemplo, TRP – Target Rating Point e SOV – Share of Voice), o gerente de negócios do Facebook pontuou que, em tempos de investimentos mais restritos devido à crise econômica, um bom planejamento e gestão em branding ajudam as marcas a venderem mais. “Cada vez mais, as marcas se preocupam com as métricas de marketing, ou seja, vendas. E o branding com certeza ajuda as marcas a venderem mais, inclusive no ambiente digital”, falou.
“Não existe mais mídia social”
Reforçando a polêmica levantada pelo publicitário Marcello Serpa durante o Wave Festival, realizado no Rio em abril, Robson Harada opinou sobre o fato de que as mídias sociais se tornaram essencialmente espaços publicitários, cada vez mais disputados pelas marcas.
“É claro que o alcance [orgânico, ou seja, não pago] vai diminuir cada vez mais. A mídia digital sempre foi mídia, e não há nenhum segredo nisso”, disse, acrescentando que, apesar da boa capilaridade e da capacidade de segmentação dos canais online, as empresas devem obrigatoriamente integrar todos esses canais em suas estratégias de marketing. “O que falta muitas vezes é foco e posicionamento para as grandes marcas. O digital tem que ser complementar e deve ser sempre pensado de maneira consistente”, destacou. “Precisamos reposicionar a internet como canal agregador.”
Mobile e vídeos
Robson Harada também destacou a importância dos dispositivos móveis para as estratégias das marcas, observando que, ao contrário do que acontece por exemplo com a TV, o mobile tem o que ele chamou de “características primetime 24/7”, ou seja, tem acessos constantes ao longo das 24 horas do dia, 7 dias por semana, com picos durante o almoço e o horário nobre.
Questionado sobre a importância dos vídeos no Facebook, o executivo confirmou que a rede social pretende se posicionar como uma plataforma para esse formato. “As marcas têm privilegiado esse formato, porque sabem que o usuário não se contenta mais com o conteúdo estático, tradicional. E os vídeos possibilitam que o alcance orgânico seja maior, devido ao grande número de interações”, concluiu.
De acordo com estudos do próprio Facebook, vídeos são vistos 1 bilhão de vezes ao dia nas timelines dos usuários, 3,6 vezes mais do que em 2013. Números impressionantes de uma rede social que não para de crescer e que, sem dúvida, é considerada pela maioria das marcas quando o assunto é digital branding.