Os vídeos online se transformam nos novos formatos “queridinhos” das mídias sociais. Cada vez mais, as empresas procuram diversificar os conteúdos, incluindo vídeos em sua estratégia digital.

O próprio Facebook já deixou isso claro, como mostra essa notícia publicada em sua Sala de Imprensa. “O aumento nas visualizações de vídeos ultrapassou os 50% entre maio e julho deste ano e, desde então, houve uma média de mais de 1 bilhão de visualizações no Facebook todos os dias [dados de 2014]”, destaca a nota.

Obviamente, a intenção do Facebook é dividir a audiência com o YouTube, plataforma mais popular e com mais recursos que a rede social de Mark Zuckerberg. De qualquer forma, não deixa de ser interessante perceber o grande investimento que o Facebook tem feito nesse formato, tanto em relação a privilegiar vídeos na Newsfeed quanto em aprimorar a experiência dos usuários (o vídeo 360o é um bom exemplo nesse sentido) e anunciantes.

“Hoje, para disseminarmos conceitos de campanhas, vemos o vídeo como uma das poucas opções possíveis para a estratégia digital das marcas”, defende Marco Falkembach, diretor da Gentlemen Filmes, parceira da Midiatix. “Nos últimos anos, percebemos um aumento no consumo de material audiovisual pelo público da internet, o que faz com que as marcas acabem mudando seus formatos de comunicação para impactar o público consumidor (B2B e B2C)”, acrescenta.

Na opinião de Marco, isso tem a ver com a própria natureza dos usuários de conteúdo digital nos dias de hoje. “É uma condição humana consumir conteúdo de maneira cada vez mais ágil. A marca que entende essa nova condição e se apropria de material audiovisual dentro do digital para atingir o coração das pessoas tem a fórmula do sucesso nas mãos. Tudo se torna comunicável. Você para de consumir produtos. Passa a consumir conteúdo”, acredita.

Vídeo viral?

Toda marca parece perseguir de maneira incansável o tal “vídeo viral”. Mas ele existe de fato? Ou melhor, todo vídeo pode ser “viral”?

“Qualquer pessoa pode fazer um vídeo ‘viral’. Mas as chances de ‘qualquer coisa’ ser viral são mínimas. Mesmo com planejamento, dependemos um pouco do que está acontecendo agora, o que aconteceu ontem ou o que acontecerá amanhã. Campanhas somem todos os dias diante de tragédias, acidentes, conquistas mundiais ou causas comuns. Por isso, sempre é bom planejar, pois as possibilidades de dar certo aumentam de maneira imensurável”, opina Marco.

Isso significa que, assim como qualquer conteúdo para as mídias sociais, vídeos precisam ser planejados estrategicamente. Um bom plano de ação inclui, além do conceito criativo, linguagem e recursos do filme, um estudo qualitativo do mercado e do público-alvo que se pretende atingir. Mas não existe uma “fórmula exata”, como Marco explica. “Não acreditamos em regras. Você precisa sempre estudar e entender. Suas chances de obter sucesso numa criação aumentam muito quando você faz isso. Mas para uma comunicação genérica, por exemplo, existem alguns moldes de preferência do público. Vídeos mais rápidos é um deles. Até 2 minutos, no máximo. Dinamismo e uso de recursos simples de edição também ajudam”, recomenda o diretor da Gentlemen Filmes.

O exemplo abaixo levou Leão em Cannes. É um filme da Getty Images que não usa recursos de edição complexos. Apenas imagens, muitas vezes velhas, ruins e sem qualidade. “Quem criou o roteiro o planejou antes. Percebeu que não importa a história que você quer contar, a Getty Images está lá e você pode utilizá-la”, observa Marco.

Assista:

Mesmo em tempos de crise, a demanda por vídeos online tem crescido e muito. Alguns fatores podem explicar esse fenômeno: é preciso conquistar os consumidores de outra forma, ou seja, imagens tendem a humanizar ainda mais a comunicação; vídeo é um formato relativamente modesto em termos de investimento (é possível fazer vídeos mais curtos e com recursos simples, mas que tenham um apelo comercial e criativo); usuários consomem cada vez mais esse formato (basta ver o sucesso que fazem alguns youtubers e o espaço que os canais de mídias sociais têm dado a eles).

Para Marco, “empresas, agências, produtoras e produtores arriscam cada vez mais e o mercado está aquecido. Mesmo na crise, nossos negócios alavancaram muito. Mas porque oferecermos, além do produto audiovisual, a inteligência do projeto”, conclui.

Outras dicas para quem pretende investir em vídeos online:

1) Pense no seu público: quem é ele? O que gostaria de assistir?

2) Escreva um roteiro: pense na mensagem (texto) antes de pensar nos recursos técnicos do vídeo que pretende produzir;

3) Agora que você já sabe a mensagem que pretende traduzir em imagens, que tal definir os aspectos mais técnicos, como, por exemplo, a linguagem e o tom do vídeo (vai ser mais formal, mais lúdico e divertido, vai contar com voz off ou somente GCs etc.?);

4) Leia sobre os canais em que pretende publicar seus vídeos. O YouTube tem um material interessante que pode ser acessado aqui e o Facebook também disponibiliza informações para anunciantes.